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sábado, 14 de agosto de 2010

A importância do coral

O Coro é o mais antigo dentre os grandes agentes sonoros coletivos. Antigos documentos, encontrados no Egito e na Mesopotâmia, revelam-nos a existência de uma prática coral ligada a cultos religiosos e a danças sagradas. O termo choros possui um sentido bastante amplo e, no decorrer da história, passou por diversos significados. Em sua origem grega, chóros representava um conjunto de aspectos que, somados, iam ao encontro do ideal do antigo drama grego de Ésquilo, Sófocles, e Eurípedes. O conjunto consistia de poesia, canto e dança. O Cristianismo antigo adotou o termo com outro significado, transformando-o no termo latino chorus que significa “o grupo da comunidade que canta”.

Na Bíblia encontramos o canto coletivo em cerimônias, no Templo, ou mesmo nas batalhas onde o coro se colocava à frente do exército. Temos ainda o coro de Davi, I Crônicas 15.19-22, o coro de Salomão, organizado por Davi, I Crônicas 23.5, o coro de Zorobabel organizados após o exílio, com cerca de 200 cantores, Esdras 2.65.  Essas citações e referências comprovam-nos a importância  do canto coral na história do povo de Deus, na história das artes, e ainda na história universal.

Na história universal, o canto coral, como podemos ver, teve grande importância, mobilizou populações, acompanhou momentos importantes da história exercendo um papel ativo como na reforma protestante, no teatro grego e na mudança litúrgica e social, entre outros.

A música coral, na igreja, ocupa um papel relevante de transformação, comunhão, inspiração e edificação. Não podemos dissociá-la, entretanto, de seu caráter artístico, técnico, e estético. Em I Coríntios 14.15 o apóstolo Paulo diz “que fazer, pois? Orarei com espírito, mas também orarei com o entendimento. Cantarei com espírito, mas também cantarei com o entendimento”. Ouço, repetida e comumente, a opinião de que no louvor o que importa não é a técnica, que na igreja não há necessidade de aprimoramento. O apóstolo, entretanto fala do louvor com entendimento, com inteligência, com a alma e o coração, com consciência do que se está fazendo, tanto espiritualmente como intelectualmente.

Preocupa-me muito o que tenho visto, em termos de música coral, não só na PIBRJ como em outras congregações. Por este motivo, escreverei uma série de artigos sobre o assunto, sendo este o primeiro.  Nesta série abordarei os aspectos históricos e técnicos  que podem contribuir para essa prática, tão comumente usada, em nossos cultos e em nossa sociedade.

Foi inesquecível assistir o filme chamado “Mudança de hábito”. Confesso, ainda, que cada vez que o revejo encontro detalhes simples, porém, de extrema importância, para o sucesso de um coro cuja mensagem ultrapassa os muros de uma igreja e atinge toda uma comunidade. Mormente levando-se em conta que isso só acontece a partir do momento em que o coro sofre uma mudança radical com uma nova regente e começa a se preparar intelectualmente para cantar com entendimento, revendo sua postura e seu repertório, dando novas roupagens, sonoridade, estética e consciência artística, no âmbito de uma congregação e da comunidade, detalhes antes sem importância. A partir deste momento acontece o que muitos regentes e coros buscam, atualmente: o êxito de um trabalho que atinge não somente a comunidade interna, mas principalmente a externa. O sucesso está em I Coríntios 14. 15: louvar com espírito, mas também com entendimento sabendo, realmente, porque se canta o que se canta e para quem se canta. O canto coral é tão transformador como é o Evangelho, mas, para tanto, é necessário que atinja o coração humano, como no exemplo citado acima. Irei além. É necessário primeiramente mover-se o coração de quem está envolvido, promovendo-se a atividade. No teatro grego, quando os coros cantavam, a veracidade era tal que causava nos ouvintes, diversos tipos de reação como: alegria, medo, êxtase, pavor.

Se um coro canta mal, desafinado, inseguro, muito alto, uma letra ininteligível, certamente irá causar reações. Esse é um fator que não se pode ignorar. Através da música podem-se despertar diversas sensações. Lembro-me de um concerto que assisti, de um dos melhores coros da nossa cidade. Durante o concerto comecei a sentir um perfume muito forte de rosas e, perto de mim não havia qualquer pessoa com aquela fragrância. Lembrei-me então de estudos comprovados que se podem ter sensações olfativas através do canto.

Nesse ponto cabe uma pergunta aos regentes e aos coristas. Qual a sensação que o seu coro tem causado? E se você é ouvinte, que sensações têm experimentado?
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