Bem vindo

Seja bem-vindo ao blog do coro da Pib Ktá. Leia, discuta, concorde, discorde, comente e aproveite. Expresse suas idéias. Entre para adorar e saia para servir. Que Deus te abençõe.


sexta-feira, 10 de junho de 2011

Repensando o ensaio coral - Dr. Vladimir Silva


Por Vladimir Silva - PhD

Para assegurar a plenitude do processo de ensino-aprendizagem da prática coral é fundamental que a sala de ensaios seja preparada adequadamente. Deve-se cuidar da iluminação e da ventilação, natural e artificial, pois o conforto térmico contribui para o bem-estar do coro. O tratamento acústico do espaço é determinante para o sucesso do trabalho, influenciando na realização do repertório e na sonoridade coral. O espaço físico precisa ser adequado ao tamanho do coro e às atividades que serão desenvolvidas. Cadeiras, armários, mesas, quadros, além de outros equipamentos, tais como pianos, aparelhos de som e televisão, devem ser alocados em lugares estratégicos e acessíveis.

Na sala de ensaio, os cantores devem ter à disposição partituras legíveis e bem editadas, papel em branco, lápis e borracha. Estes recursos materiais podem ser utilizados para registrar as anotações pessoais e as observações do regente. Ao contrário daquilo que comumente ocorre na prática orquestral, coralistas ainda não desenvolveram o hábito de anotar as indicações do regente na partitura. É necessário estimulá-los, explicando-lhes as razões das solicitações ou comentários, fazendo com que eles compreendam o texto poético e musical das obras. Aproveitar cada momento deste encontro de permutas e aquisição de saberes é, portanto, o princípio norteador do fazer pedagógico do regente, porque no ensaio coral ocorre um intenso processo educativo, que é dialógico e fruto da parceria entre os cantores e o regente.

Para que o ensaio se torne significativo, seria interessante substituir, gradualmente, a ineficiente prática da aprendizagem por imitação e repetição, que comumente ocorre quando o cantor reproduz acriticamente aquilo que o regente lhe oferece, por uma forma mais consciente de aquisição do conhecimento, na qual o coralista possa dar uma contribuição mais efetiva e pessoal. O cantor, nesta perspectiva, passaria a agir proativamente, enumerando compassos, marcando respirações, solfejando partes e solucionando, sempre que possível e por conta própria, os problemas rítmicos, melódicos e vocais encontrados no repertório. Estas são iniciativas importantes que deveriam ser estimuladas e incorporadas à práxis cotidiana dos nossos coros. Certamente, os ensaios se tornariam mais instigantes, pois os conteúdos e desafios impostos pelo repertório seriam superados de forma sistemática, metódica, dinâmica, eficaz. 

Recitais e concertos devem ser compreendidos, portanto, como os produtos finais do trabalho desenvolvido ao longo de vários ensaios criteriosamente planejados e organizados. Tais atividades artísticas são ferramentas de avaliação importantes para a consistência da interpretação musical. No entanto, concebê-las como primordiais, como meta e objetivo exclusivos da prática coral, significa transferir o foco de atenção do processo para o produto. Que o ensaio seja, assim, entendido como construção coletiva, contando, em todas as suas etapas, com a colaboração e o engajamento de cantores e regente, favorecendo o crescimento musical, vocal, intelectual, afetivo e emocional de todos.

Vladimir Silva, tenor e regente, é doutor em Regência Coral pela Louisiana State University (EUA). Estudou composição com José Alberto Kaplan; regência com Erick Vasconcelos (Brasil), Gerard Kelgman (Alemanha) e Kenneth Fulton (EUA); e canto com Jasmin Martorell (França) e Lori Bade (EUA). Já regeu vários grupos, dentre os quais o Coral Universitário Gazzi de Sá (UFPB), Madrigal Vox Nostra, Madrigal da UFBA, LSU Chamber Singers, LSU Women’s Chorus, Orleans Chamber Singers, Madrigal da UFPI, Coro em Canto, Camerata Brasílica e Orquestra Sivuca. Além do Brasil, já atuou como regente e solista na Argentina, França, Itália, Áustria e Estados Unidos. Tem participado de festivais de coros e canto lírico, coordenando, julgando, regendo, ministrando palestras e masterclasses.Desde 1993, atua no ensino superior, tendo colaborado com várias universidades estaduais e federais, a exemplo da UFPI, UFBA, UFPB, UFCG, UFG, UFSM, URCA, UEMA, UEPA, UEL, UEPB e UNICAMP. Vladimir Silva tem artigos publicados em diversas revistas especializadas. Atualmente, leciona no curso de Música da UFCG. Mais informações, visite:www.vladimirsilva.com

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Porque as pessoas estão cantando em grupos?

Se perguntarmos a um grupo secular, porque estão juntos, a resposta será: "Somos músicos, gostamos da música, queremos viver da música e ver até onde podemos ir."

Já a resposta de um grupo evangélico poderia ser: "Somos cristãos. Cristo é o centro das nossas vidas e queremos falar dEle por meio da música pois somos músicos."

Quando um grupo secular decide ensaiar, eles somente necessitam de uma ferramenta: a música. Agora, quando um grupo evangélico decide ensaiar, não é necessario somente a música; é necessaria a colaboração total de Deus. Se está preparando alguma coisa que vai ter uma transcendencia divina e não humana. Deus é o primeiro.

O que nos une é Cristo. O nosso companheirismo tem uma qualidade única: que Cristo é o centro do grupo, ou pelo menos deveria ser. Devemos viver um companheirismo cristão com os demais componentes do grupo. Não é uma harmonia baseada em nós mesmos, mas é uma harmonia fundada no centro do grupo: Cristo. O bom relacionamento não está baseado nos atributos pessoais, mas sim na união que temos com Cristo.

Levar um grupo adiante não é uma tarefa fácil. Viver como grupo musical evangélico não é viver numa jaula. É viver em dificuldades, parecidas com as da pessoa que está testificando em seu trabalho.

Abrir a Bíblia juntos, como grupo, é acercar-se mais a Deus, esperando Sua direção. Deus quer ensinar por meio dos mesmos membros e o que serve de edificação para um membro hoje, amanhã servirá para beneficio de outros.

Desta maneira, as reservas espirituais de Deus colocadas em prática, farão aumentar a capacidade de compreensão, ânimo e trabalho do grupo, ou coral.

Estudos realizados nos informam de que a música oferece um acréscimo de 46% de captação da mente humana, sobre a imagem. Isso significa que, em condições normais, qualquer pessoa que assiste a um concerto, terá 46% da sua capacidade mental ativa, predisposta a escutar a música e, por tanto, a receber a mensagem de uma forma notável.

Como cristãos, temos o dever de utilizar sabiamente este 46% de captação disponível. A mente está preparada. Só falta saber chegar até ela e introduzir a mensagem de uma forma correta.

Se você tem o dom da música, deve utiliza-lo para a glória de Deus. Jesus disse antes de subir ao Céu: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho." A ordem de ir à todo o mundo e pregar o evangelho também inclui a música como uma das multiformes estratégias de Deus, e que está de acordo com as necessidades do nosso tempo, sendo que a mensagem do Evangelho deve estar como algo principal, imprescindível e inalterável.
"Procura apresentar-te a Deus, aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade." ( 2° Timoteo 2:15).


Alexandre Reichert Filho
Ex-diretor de "Os Arautos do Rei", radicado nos EUA

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Enquanto o coral cantava...

Enquanto a música enchia o templo,
eu vi o Rei.
Vestido de majestade, coroado de honra,
um cetro de poder e glória na mão.
Ele voltava.

Livre dos sapatos e dos preconceitos,
da doença e da fadiga.
Feliz, como uma criança que se atira
na direção do Pai – depois de uma ausência
que só fez maior o amor e a necessidade
de ver – eu corria no meio da multidão,
que erguia palmas brancas
em saudação Àquele que voltava.
Lá estavam Livingstone, Carey, Bratcher,
Corinto, Miranda Pinto...
Lá estavam os vultos frágeis,
Ana de Ava, Noemi Campelo, Caíta,
Lotie Moon...
Os missionários de todas as raças.
Os grandes que se fizeram pequenos,
os pequenos que a fé tornou gigantes:
Bagby, Taylor, D. Chiquinha,
que eu conheci
quebrando coco babaçu,
para sustento da obra
que eles começaram.
Lá estavam D. Maria e D. Carmen
- um corpo perfeito no lugar daquele
que a lepra deformara.
Lá estavam Darito e os companheiros
de enfermaria que ele levara a Cristo,
livres do balão de oxigênio
e do terrível clima de segregação.
Lá estavam meus amigos cegos,
com olhos enormes de luz
e expectativa;
Meus priminhos mudos, entoando,
mais alto que todos,
o canto de vitória e gratidão.
Livres de grades
e de cadeiras de rodas,
lá estavam muitos que eu conhecera
prisioneiros da doença e do pecado.
Lá estava meu irmão
que Deus levou tão cedo.
Lá estavam os mártires de todas
as épocas, do tempo dos césares
e das cortinas de ferro e de bambu.
Lá estavam homens de pele escura
e alma cor de neve;
índios de brilhantes cabelos,
crianças de todas as raças,
cantando hosanas, como na entrada
triunfal em Jerusalém.
Lá estavam os meninos do Tocantins,
os barqueiros do São Francisco,
a gente do Araguaia,
os colonos da Transamazônica,
que se haviam tornado súditos
do Caminho maior.
Num milagre sem explicação,
a multidão de mil cores,
que entoava hinos em mil línguas
e dialetos,
era absolutamente igual, no sentimento
que fazia de todos
uma só corrente de alegria,
formada por mil elos de amor.

Eu disse que todos estavam lá?
Não sei. Parece-me que havia lacunas
na multidão e no coração do Rei.
Muitos estavam ausentes,
presos a cuidados terrenos,
deixando a escola suprema
para um amanhã inexistente,
oferecendo a Momo um último holocausto,
como se fosse possível
servir a dois senhores,
abraçar o mundo, sem desprezar o Rei.

E foi assim, enquanto o coral cantava,
que pude sentir o quanto amava ao Rei,
o quanto meu coração agradecia,
por estar entre os salvos;
por chamá-lo pelo nome que Madalena usou
quando o reconheceu:
- Voltaste, Raboni! Aleluia!
Bem-vindo sejas, meu Senhor, meu Deus!

Myrtes Mathias
No livro Encontro Marcado (JUERP)

domingo, 1 de maio de 2011

Gosta de ler?

A  MÚSICA  NA  ADORAÇÃO 
Por: Scott Guiley


ÍNDICE
Capítulo  1   A  ADORAÇÃO  É  IMPORTANTE – página 2
Capítulo  2   O  CENTRO  DA  ADORAÇÃO – página 5
Capítulo  3   PREPARANDO-SE  PARA  ADORAR – página 8
Capítulo  4   O  DEUS  DE  MARAVILHAS  ESPANTOSAS – página 12
Capítulo  5   DEUS  PROCURA  OS  VERDADEIROS  ADORADORES – página 18
Capítulo  6   MÚSICA  –  UMA  PARTE  VITAL  NA  ADORAÇÃO – página 21
Capítulo  7   O  QUE  DEVEMOS  CANTAR? – página 24
Capítulo  8   MÚSICA  ESPIRITUAL – página 30
Capítulo  9   DISCERNIMENTO  ESPIRITUAL – página 32
Capítulo 10  OS  INSTRUMENTOS  MUSICAIS  NA  ADORAÇÃO – página 35
SUMÁRIO – página 39
APÊNDICE A  -  MUDANÇAS  NA  ADORAÇÃO  PÚBLICA – página 40



Clique no link abaixo para poder ter acesso a esse livro no formato PDF

segunda-feira, 18 de abril de 2011

1.5 - DE MINISTÉRIO A ESPETÁCULO


O Apóstolo Paulo disse: "E dou graças ao que me tem confortado, a Cristo Jesus Senhor nosso, porque teve por fiel, pondo-me no ministério". 1 Timóteo 1:12. Ele se regozijou em ser ministro de Deus. Duvido que haja qualquer chamado na terra tão elevado e importante quanto o do ministrar o Evangelho. Os ministros de Deus são retratados na Bíblia como mensageiros e arautos do Rei, como cooperadores de Deus, como pastores do rebanho, como servos fiéis e mordomos dos mistérios divinos, como embaixadores que rogam aos homens que se reconciliem com Deus. Os ministros de Deus nunca são chamados de artistas. De fato, uma das palavras que talvez descreva mais de perto um artista religioso é a palavra "hipócrita". O hipócrita (de acordo com o Dicionário Expositório de Vine) é um ator no palco. 


Mas os "ministros" de nossos dias, muitas vezes parecem se envergonhar do seu chamado. Não estão dispostos a sofrer vergonha por amor de Cristo; eles deixam de lado o vitupério de Cristo, a fim de ganharem a aprovação dos homens. Em vez de pregarem Cristo e a cruz, exibem seus próprios talentos, credencais humanos, realizações carnais, carisma, eloquência e sabedoria. Procuram impressionar os homens com seus espetáculos. Tem pouco desejo de se mostrarem aprovados a Deus. Só ligam para o aplauso da platéia. Como resultado, temos hoje fãs clubes religiosos de pastores, cantores e outros artistas religiosos. 



Juntamente com este pensamento, notamos que algumas igrejas de Deus adotaram o hábito mundano de bater palmas. Eles aplaudem cantores, aplaudem pedindo bis, gritam e vaiam como fanáticos de concerto de rock. Aplaudem quando o pregador diz algo de que se agradam e reagem com satisfação diante de qualquer outra exibição humana de habilidades religiosas. 



Considera-se isto como o alívio desejado das formalidades mortas que geralmente caracterizavam nossos cultos, segundo eles. Vê-se tudo como algo natural – uma expressão espontânea de adoração. Infelizmente, o bater palmas raramente expressa adoração a Deus – é mais uma adaptação da sociedade de auto-admiração do mundo. Uma avaliação honesta mostraria que o ponto central é atenção demais dada ao servo e não ao Mestre. É de admirar que nossa adoração se transforme em espetáculo? 



Para encerrar, quero dizer que a riqueza da nossa adoração é uma boa indicação da riqueza da nossa fé. É triste dizer, que por este padrão, nossa fé é patética – neste momento o nome Icabô está sendo escrito sobre nossas portas, porque a glória de Deus se foi. Que Deus dê a cada um de Seus filhos um espírito de graça e súplica para clamarmos por reavivamento. 





Extraido e adaptado de: A música na adoração - Capítulo 11 - Mudanças na Adoração Pública - Pr Scott Guiley.
Para conferir o artigo completo, acesse o link abaixo

domingo, 17 de abril de 2011

1.4 DE ADORAÇÃO A ENTRETENIMENTO (DIVERSÃO)



Uma terceira mundança ocorrida é aquela que transforma a adoração em diversão ou entretenimento. 


A verdadeira adoração se centraliza em Deus. Na adoração, as almas se curvam maravilhadas e em contemplação de amor diante de Deus. Adoramos o Senhor Deus porque a graça nos ensinou que só Ele é digno – não porque nós vamos "ganhar" algo com ela. 

Por outro lado, a diversão se centraliza no homem e agrada à carne. Se deixarmos de "ganhar algo" com a diversão (entretenimento), reclamamos, ou mudamos de estação, ou pedimos o dinheiro de volta. É por isso que algumas pessoas estão sempre mudando de igreja – estão à procura do excitamento ilusório da diversão. Não aguentam a sã doutrina, por isso preferem diversão à exortação. 

E parece que isto está dando certo! É por esta razão que muitas igrejas crescem "muito rapidamente", simplesmente ao dar ao povo o que ele quer. Se pedem a música contemporânea, então dê a eles. Se pedem um comediante em vez de um pastor, assim seja. Se querem dança e drama, tudo bem. Se querem concertos de "rock", quem somos nós para nos opor? Talvez alguém seja salvo, enquanto ouve cânticos que podem deixar todo mundo surdo. 

Esta é a filosofia de hoje. É tudo muito pragmático: o fim justifica os meios! Se funcionar, então tem que estar certo. E, com certeza, parece funcionar, caso após caso. As pessoas querem se divertir e se lhes dermos diversão (entretenimento), virão. Porque tem o que o povo quer. 

Tantas igrejas hoje fazem seus cultos centralizados na diversão ou entretenimento. Podem até chamar de "adoração", mas o significado mudou. O canto tem como objetivo agradar a carne. O pastor é um "arista" que permeia seu sermão "algodão doce" com estórias, piadas e riso, tendo o cuidado de não ofender os ouvintes. Há pouca oportunidade para uma meditação séria ou adoração real. 





Extraido e adaptado de: A música na adoração - Capítulo 11 - Mudanças na Adoração Pública - Pr Scott Guiley.
Para conferir o artigo completo, acesse o link abaixo

sábado, 16 de abril de 2011

1.3 - DE ADORADORES À PLATÉIA


Outra mudança é em como são vistos os "adoradores". 
Esta é uma mudança sutil – e sem dúvida, há quem negue haver uma distinção real entre congregação e platéia. Talvez seja só uma opinião do autor. A congregação se ajunta tendo como centro do culto o Senhor Jesus Cristo e Sua Palavra. A platéia se reúne para ver e ouvir um espetáculo. Admitimos que a adoração da congregação geralmente é acompanhada do ouvir e ver – mas não é este o caso da platéia que se reúne especificamente para este propósito e fim. A platéia se satisfaz nos atos físicos de ver e ouvir. A congregação de adoradores se satisfaz na contemplação espiritual d’Aquele que é invisível e de ouvir Sua voz no coração. Estar numa platéia exige só que a pessoa vá à reunião, mas, a fim de ser adorador verdadeiro na congregação é exigido uma preparação espiritual anterior. 

É claro que Deus Se reserva à prerrogativa de separar os verdadeiros adoradores daqueles que são simplesmente religiosos, mas uma observação pessoal parece indicar que uma pessoa meramente religiosa "irá à igreja", ao passo que o adorador desejará entrar na manifesta presença de Deus, na igreja. Existe diferença! 



Extraido e adaptado de: A música na adoração - Capítulo 11 - Mudanças na Adoração Pública - Pr Scott Guiley.
Para conferir o artigo completo, acesse o link abaixo